Texto: Mariana Ciscato. (@mariciscato)
Por conta do mestrado, tenho lido muitas teses. Textos repletos de termos técnicos, metodologias e citações que parecem não acabar nunca. Mas, no meio dessa formalidade toda, há um ponto que sempre me comove: as dedicatórias.
São poucas linhas, geralmente ignoradas pelo leitor apressado, mas que revelam um lado que nenhum gráfico consegue mostrar. Depois de páginas de linguagem dura, alguém escreve: “À minha mãe, que acreditou em mim quando eu mesma duvidava.” Ou: “Ao meu avô, que partiu antes de ver este dia.” E pronto, ali está a vida real.
Porque uma tese, embora seja o resultado de anos de estudo disciplinado, não nasce apenas de livros e bibliografias. Ela nasce de gente. De noites viradas em frente ao computador, de amigos pacientes que ouviram desabafos intermináveis, de familiares que seguraram a onda quando parecia que tudo ia desabar, de parceiros e parceiras que ofereceram presença, silêncio e paciência.
É inevitável, nesse ponto, que eu comece a pensar na minha dedicatória. Em quem esteve comigo ao longo desses dois anos, em quem me acompanhou de perto e em quem, por circunstâncias diversas, não pôde estar presente. E fico imaginando como será possível condensar tanta coisa em um espaço tão curto e limitado.
Mas sei que, no fim, a dedicatória vai ser o pedaço mais humano de todo o trabalho. O resto é ciência.











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