Dia desses, me dei conta de que minha axila passou duas décadas servindo de laboratório clandestino para a indústria química. Não foi uma epifania repentina, não acordei num domingo ensolarado pensando “será que é saudável esse troço que eu passo todo dia?”. Minha cabeça não funciona assim. Foi mais uma inquietação discreta.
Este ano, por alguma decisão impensada, resolvi me exercitar mais e, obviamente, transpirei como se estivesse fugindo de um urso. A solução sempre foi compensar com desodorantes de todos os tipos. Já experimentei tantos que poderia abrir um pequeno museu temático. E afirmo com a segurança neurótica de quem compara rótulos no supermercado, são todos ruins. Terrivelmente ruins.
Depois de anos esfregando uma sequência de poções químicas de nomes impronunciáveis, decidi que era hora de estabelecer uma relação mais honesta com meu sovaco. Uma espécie de acordo diplomático com a axila. Foi nesse espírito conciliador que tropecei numa das maiores façanhas da humanidade: o desodorante ALVA.
Um cristal. Literalmente um cristal. Natural, transparente, silencioso. Um único ingrediente ativo, alúmen de potássio, que não tenta vencer a natureza no grito, apenas dá um chega pra lá nas bactérias e deixa o corpo seguir sua vida. Além disso, é vegano e não deixa aquele mapa geográfico de marcas amareladas nas camisas. Agora, o detalhe mais espantoso: ele dura dois anos. Dois anos. Em pleno século da obsolescência programada, em que airfryer têm prazo de validade emocional e fones de ouvido se autoaniquilam, aparece um desodorante que atravessa vinte e quatro meses firme e forte. Tem relacionamento que não chega nem perto disso.
Eu sei, eu sei, ficou até com cheiro de publi. Mas não é. Juro. É só que nunca antes na história deste corpo minha axila foi tão livre, tão contente, tão… saudável. E se você também anda desejando uma existência mais digna para o próprio suvaco, talvez valha dar uma chance ao ALVA.
Obrigado, ALVA. Eu e meu suvaco agradecemos profundamente.











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